Entrei no mercado em março/2014. Entrei cauteloso, entrei devagar! Fiz algumas poucas operações, uma delas a compra de PETR4, por julgar que estava muito barata. Assim que comprei, começaram os boatos de CPI pra cá, CPI pra lá e então eu às vendi muito baseado pela mídia e eu interpretei tantas notícias negativas como algo prejudicial para a empresa, do ponto de vista de valor das ações.
Auferi um pequeno lucro dessa venda, após leve subida, e então as ações começaram a ter sua cotação aumentada ainda mais. Aprendi logo uma primeira regra sobre o mercado de ações: "1 - não se deixe levar pela mídia". Fiz uma análise que se mostrou ser correta, o valor da ação estava barata, PETR4 à R$ 13,00 era uma pechincha. Procurando saber o porquê desse aumento, através dos grandes sites de mercado, a explicação seria a corrida presidencial.
Logo abaixo, elaborei um gráfico onde coloco o crescimento do índice da bolsa de São Paulo, tomando como base o fundo de aproximadamente 45.000 pontos que se formou em março/14. Há também o crescimento do histórico das intenções de voto dos candidatos: Dilma (PT) e; Aécio (PSDB). Há ainda um quarto parâmetro, que é o crescimento de Aécio (PSDB) subtraído do crescimento de Dilma (PT). A fonte dos dados sobre intenção de votos foi o datafolha.
A primeira pesquisa data de 20/02. Até agora, 20/06, o IBOV cresceu cerca de 22% desde o seu fundo, de 45.000 pontos, Dilma perdeu 10 pontos nas intenções de voto, estando com 34 pontos, tendo caído quase 25% desde seu topo de 44 pontos, enquanto Aécio ganhou 3 pontos, estando com 19 pontos, tendo aumentado quase 20% desde o início com 16 pontos. Fazendo uma conta aproximada, "parece" que a cada um ponto que Dilma cai, ou a cada um ponto que Aécio sobe, o IBOV cresce 1,5%.
Para Aécio ultrapassar Dilma, mantendo o resto constante, seria necessário que Aécio avance cerca de 8 pontos, enquanto que Dilma precisa diminuir cerca de 8 pontos. Um movimento desses de 16 pontos, pelas contas anteriores, traria uma aumento no IBOV de 16x1,5%, que são 24%, o que levaria o IBOV para cerca de 68.000 pontos. E Aécio ganhando, como fica, aumenta ainda mais? Será isso mesmo? Só expectativas otimistas, sem um real de lucro a mais no balanço das empresas?
Acho que, dentre vários fatores, o fator "expectativa dos investidores" é um fator que gera forte oscilação no preço das ações e o mercado sempre consegue uma fonte de expectativas, sejam otimistas ou pessimistas, para gerar ou, como às vezes, simplesmente culpar, como um bode expiatório, o movimento no mercado que deve trazer lucros à alguns, prejuízos à outros.
Do ponto de vista operacional, as empresas no país continuam lidando com um péssimo ambiente de negócios, dificuldades burocráticas, inflação alta, juros altos, baixa qualificação e produtividade dos trabalhadores - "teremos vários estádios de primeira qualidade!". O próximo governo, seja qual for, terá grandes desafios, pois o aumento do combustível e das tarifas de energia trará um impacto considerável na economia, pois todos dependem desses recursos e, será um alívio para as petrolíferas e para as concessionárias de anergia, mas para o resto será mais aumento de custo.
De qualquer forma, olhando pelo lado das empresas, os lucros das empresas em bolsa no 1T2014, foi maior em 6,5% em relação ao mesmo período de 2013, impulsionado pelo setor bancário (link). Então, em janeiro, apesar da queda do IBOV naquele período, as empresas começaram o ano com o pé direito. A alta recente no IBOV é um misto de expectativas otimistas e bons resultados que serão afetados pelos resultados das empresas do 2T2014 e das eleições presidenciais, é claro.